A Lapa, cidade histórica na região metropolitana de Curitiba (PR), será a casa de um museu que contará a história do transporte ferroviário na região e as tecnologias que deverão ser empregadas no futuro. Mas não apenas isso, “aliará peças históricas com a alta tecnologia da realidade virtual. Falar da história dos transportes é falar da própria civilização e contaremos essa história com muito primor, desde a invenção da roda até as aventuras espaciais do homem”, disse Márcio Assad, Presidente da comissão que desenvolveu o projeto do “Museu do Transporte da Lapa”.
O empreendimento turístico terá inicialmente investimentos da ordem de RS$ 2 milhões provindos de diversas fontes, segundo Assad; entre elas, o Ministério da Cultura e de Turismo do Paraná.
Os trabalhos para a construção do museu pairam, em um primeiro momento, na “restauração dos conjuntos arquitetônicos” da antiga estação da Lapa, na recuperação do acervo da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A) e no desenvolvimento dos projetos de realidade virtual.
Na opinião de Samuel Gomes, Presidente da Ferroeste, integrante da comissão da Lapa, a tecnologia digital é um dos grandes atrativos da obra. “Poderemos fazer com que milhares de brasileiros sintam a experiência de viajar em um trem de média e alta velocidade”, disse.
O museu complementará o ar já histórico da Lapa, que abrigou a primeira ferrovia no século 19, contou Assad. De acordo com ele, em 1980, o bairro participou do primeiro projeto de turismo férreo do Brasil por meio de uma “litorina” que, na ocasião, fazia um passeio de nove dias entre Curitiba e São Francisco do Sul.
Para Assad, o grande benefício do museu é proporcionar conhecimento a várias gerações. “Utilizando peças históricas e a alta tecnologia, (o museu) abrange desde a criança até os saudosistas da antiga ferrovia. O museu também tem a função de apresentar às novas, futuras e atuais gerações esse modal de transporte que é espetacular e explorado no mundo todo”, ressaltou.
Gomes acredita que o primeiro contato com trens modernos – de média e alta velocidade -, por meio da simulação, fará com que as pessoas reflitam sobre a possibilidade de agregarem trens com avançada tecnologia ao seu cotidiano e reivindiquem isso.
Assad compartilha da opinião: “o modal ferroviário é muito pouco conhecido. Imagino que quando se conhece as vantagens desse meio de transporte – tão deixado a segundo plano no Brasil – a criança, o jovem, passa a ter um referencial, gosta e vê que em alguns casos é até mais eficiente que o avião”.
Considerado “um portal de entrada para o turismo e a cultura da cidade”, o museu terá sua primeira fase inaugurada em dois anos. Neste primeiro momento, funcionará o acervo histórico e o “museu dinâmico, que levará as pessoas para um passeio entre duas estações – Lapa e Lavrinha – com um trem do século 19”, contou Assad. O trajeto tem 18 quilômetros.
Publicada em 07/08/2009 09:56:39