O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que o leilão para a escolha do operador do TAV (Trem de Alta Velocidade), empreendimento que interligará as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, acontecerá em outubro. governo federal tentou fazer a concessão do projeto em julho do ano passado, mas incertezas em relação ao custo e aos riscos do empreendimento afastaram todos os interessados. Desta vez, o ministério fará o 1º leilão em outubro para a escolha do grupo que irá ceder a tecnologia e operar o sistema. Posteriormente, o governo fará o leilão para a escolha do consórcio que irá construir a infraestrutura de mais de 500 quilômetros.
A segunda fase do leilão, de acordo com o ministro, só vai ocorrer em 2013, depois que a Etav -estatal que irá se associar ao operador- concluir o projeto final do trem-bala. “Estamos convencidos de que a partir de um projeto de engenharia bem detalhado estaremos afastando especulações em relação ao risco e ao custo associado ao TAV”, disse Passos. Esse foi o erro principal do governo na tentativa anterior de leiloar o trem-bala. Sem um projeto minucioso, empreiteiras chegaram a estimar que a obra teria custo final de R$ 60 bilhões, quase o dobro do que os estudos do governo indicavam.
Tamanha incerteza foi fatal para o plano inicial do governo de ter o TAV para a Olimpíada de 2016, no Rio. Essa hipótese está descartada.
Agora, o governo estima que a construção comece, nas melhor das hipóteses, no fim de 2013. Como a estimativa é que a obra esteja concluída em cinco ou seis anos, o projeto passou a ser encarado como um empreendimento que dará sustentabilidade ao crescimento do país. O traçado do TAV não deverá ser alterado em relação à proposta original. As estimativas de demanda também estão mantidas até agora.
Segundo o ministro, a estação de São Paulo -que deverá ficar no Campo de Marte- atenderá no primeiro ano 60 mil passageiros por dia. “Em 2040, a demanda diária já será de 150 mil passageiros”, estima Passos.
SEM CONCORRÊNCIA
Em reunião na sexta-feira com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, os governos estadual e federal dirimiram as dúvidas sobre a eventual concorrência entre os projetos ferroviários do governo paulista e o TAV. “Os trens para Jundiaí e para Guarulhos não concorrem com o Trem de Alta Velocidade”, disse o governador. Havia no governo federal, principalmente no BNDES, dúvida se os projetos de trens urbanos de São Paulo não representariam uma concorrência ao projeto do TAV. Aparentemente, essa dúvida caiu.
Publicada em 06/02/2012 16:07:37